Os judeus tinham que cumprir os dez mandamentos e outros tantos milhares de leis e de repente aparece quem nessa casa: uma pecadora, uma mulher. E essa pecadora era uma prostituta que era na sociedade, excluída e rejeitada. As pessoas não podiam nem chegar perto nem tocar.Na época de Jesus tinha uma concepção de pecado que se a pessoa era pecadora pública ninguém poderia tocar para não tornar-se impuro. As pessoas não podiam tocar nela se não ficava impura Jesus veio nos trazer uma nova forma de pensar, outra forma de conceber isso. Veio no trazer perdão. Porque essa mulher foi ao encontro de Jesus e, chorando, perfumou e beijou os Seus pés? O fariseu o criticou “como deixa que essa pecadora te toque?” E Jesus o que fez: “cheguei aqui e você nem me cumprimentou. A mulher se sentiu tão consolada, tão perdoada que faz isso comigo, beija e lava meus pés.”
A gente que participa da Igreja corre o risco de conceber a religião como um monte de leis, acreditando que eu tenho que fazer isso e aquilo. E a nossa tendência é começar a se comparar ao outro acreditar que é melhor porque vai à missa, reza o terço, faz isso, faz aquilo. Acaba deixando aquele povo de lado por ele é pecador. Muitas nem chega perto. Precisamos quebrar aquele preconceito de que eu sou melhor, sou o justo, não podemos esquecer-nos de estender a mão a quem precisa. Quanta pessoa conheceu e acabou julgando “nossa aquele cara era pecador”.
Eu tenho um testemunho legal, uma situação vivida com meu irmão. Ele bebeu durante sete anos e estava no seminário. Toda vez que eu ia p casa meu irmão me convidava para ir a festas eu ia com ele e um amigo de infância. De repente apareciam sempre três meninas. cada um se ajeitava e eu ficava ali … “eu to no seminário, estudando para ser padre”. Na minha cabeça eu tinha aquela coisa eu sou justo, sou seminarista, tenho que dar exemplo. Naquela hora Deus me dava a força para combater essas situações, para estar ali e ser testemunho, de não fugir, de não julgar meu irmão.
Ser cristão no mundo é muito difícil porque temos que ser exemplos, mas ao mesmo tempo não se levar, se contagiar e não excluir. É um desafio Um menino me perguntou uma vez se não mais ver novela. Eu respondi que se tivesse a capacidade espiritual de não se contaminar com aquilo poderia ver. Algumas coisas podemos excluir – novela, filme costumes. Se sabemos qual nossa fraqueza, então não freqüentemos esses lugares. Precisamos saber que o puro e impuro não está nas coisas, não esta nas pessoas, a maldade esta dentro de nós, no meu relacionar com Deus.
Temos que ser menos fariseu e mais Jesus, acolher, estender a mão. Ajudar quem precisa ser testemunho. Você pode até sair com seus colegas, ir para festas, mas ali é chamado a ser testemunho.
Entenda que uma coisa é excluir, outra coisa é ir ao mundo e tentar resgatar as pessoas para Cristo e é para isso que Jesus te chama, não para excluir, não para se sentir melhor, não para excluir, não julgar. Até para julgar quando vemos alguma coisa errada temos que dar testemunho naquela situação. Muitas vezes vivemos uma religião que aprisiona, vivemos a escravidão da lei. Jesus nos pede que cumpramos a lei e um pouco mais, que não sejamos escravos da lei. Que a lei seja cumprida no Espírito, assim seremos livres.
É difícil?
É santidade é isso!!!
Santidade não é fugir dos problemas, mas é encará-los de forma cristã, é responder ao chamado.
Padre Tales
Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora
Bom Retiro, SP
Homilia na Cristoteca de 12 de junho de 10
Transcrição e Adaptação Fabiana Barreiros